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Entrevista São Paulo, 17 de novembro de 2015
ENTREVISTA - Sanny Braga explica: "Nunca fugi
da briga. Decidi usar isso para beneficiar o próximo"

Sanny Lima Braga com nosso presidente Aires Ribeiro e o tesoureiro Cláudio Aparecido dos Santos, o Ted

A Fesspmesp é composta por um corpo de dirigentes determinados e competentes, que lutam para garantir melhores condições aos Servidores. Entre nossos membros, as mulheres vêm se destacando quando o assunto é comprometimento e delicadeza para tratar das peculiaridades existentes dentro setor público.

Nossa entrevistada da semana é outro exemplo de seriedade e de garra dentro do funcionalismo. Sanny Lima Braga é Servidora há 25 anos e não mede esforços para se aprimorar na defesa dos direitos dos trabalhadores de São José do Rio Preto. Mãe de duas filhas, a sindicalista contou sua história de dedicação e abdicação. Confira o bate-papo a seguir!

Sanny é Servidora há 25 anos e mãe de duas meninas. Em um bate-papo com nossa equipe explicou como concilia todas as atividades
1) Recentemente sua equipe disputou a eleição do Sindicato. Comente como aconteceu.
Nós já estávamos à frente da entidade. Mesmo competindo com chapa única vi no Servidor a grande satisfação em registrar seu voto e em procurar a nossa equipe para compartilhar suas opiniões. Isso foi muito gratificante para nós. Foram mais de mil votos apurados e eles reafirmaram a confiança desses trabalhadores em nossa administração. Pode ter certeza que isso motiva mais ainda nosso trabalho.

2) Quais os principais objetivos para os próximos quatro anos de mandato?
Eu pretendo dar continuidade em nosso planejamento atual e acompanhar de perto o andamento de algumas ações judiciais que demos entrada nos últimos meses. Temos um longo caminho pela frente e são tantas lutas que sequer conseguimos ter uma projeção de tempo para finalizá-las, mas há sempre o desejo que sejam finalizadas o quanto antes.

3) Que tipo de ações estão em andamento?
Eu fui procurada por trabalhadores que estavam insatisfeitos com suas condições laborais e fui conferir pessoalmente se suas queixas tinham fundamento. As reclamações tinham sentido. A partir daí dei início a denúncias no Ministério do Trabalho. Para você ter uma ideia, tivemos e ainda temos que batalhar por insalubridade até mesmo para trabalhadores da Saúde. É transtornador saber que nada muda.

4) Sobre injustiças na Saúde, poderia ser mais específica?
Veja bem, temos um quadro alarmante e de total desigualdade entre os trabalhadores contratados por convênios e os Servidores públicos. O funcionalismo cumpre 40 horas semanais de carga horária enquanto os demais realizam somente 36 horas. Uma vez que está comprovado que a carga ideal para um serviço de qualidade seria a mais baixa, por qual motivo eles expõem somente os concursados a essa situação? É o tipo de pergunta que me faço todos os dias.


A companheira esteve conosco em diversos momentos. Em eventos e eleições sempre prestando total apoio

5) As funções são tão opostas assim?
Claro que não. Esses casos que usei de exemplo são de trabalhadores que exercem exatamente as mesmas funções, porém são depreciados quando comparados aos terceirizados. Até mesmo as horas extras são calculadas de maneira diferenciada. O que mais nos preocupa é que o número de terceirizados está se multiplicando cada vez mais. Acredito que isso está tirando as forças do Servidor na hora de pleitear por melhorias. A categoria está perdendo seu valor diante das autoridades. É lamentável que estejamos vivendo esse tipo de situação.

6) Quais os resultados dessa diferenciação, na sua opinião?
Eu posso garantir que tenho presenciado um clima desastroso em todas as minhas visitas às bases. Encontro funcionários que deveriam estar a todo vapor e com muita disposição para atender à população, com semblantes desmotivados e desgastados diante das injustiças da Administração. O resultado é um serviço essencial, perdendo sua qualidade, com equipes altamente qualificadas, porém, sem forças para doar o seu melhor. Sem a menor esperança de mudança.

7) Vocês entraram com as ações após negociações frustradas?
Nunca houve negociação e sequer a possibilidade de argumentar. Nossos gestores não aceitam quaisquer tipos de comunicação com trabalhadores e muito menos com seus legítimos representantes, que somos nós do Sindicato. Tentamos incansavelmente e confesso que continuo tentando negociar melhorias com eles. Agora, certas coisas não podem esperar pela boa vontade dessa Administração. É desolador, mas continuaremos pressionando por todos os lados.

8) Esse descaso não te desmotiva?
Pelo contrário. Não costumo desistir diante dos desafios que a vida me apresenta. Entrei para o funcionalismo em 1990 e sempre me recusei a abaixar a cabeça para os abusos dos fortes patrões. Isso só se intensificou desses 25 anos para cá. Ainda luto pelo que acredito com todas as minhas forças e não temo as repressões, já que luto por causas justas. Sem contar que as vitórias ficam ainda mais saborosas quando resultam do nosso esforço desmedido.


Sindicato liderado por Sanny é organizado e defende o funcionalismo com muito empenho. Conquistas são reais

9) Entre tantas batalhas, sobra tempo para você?
Eu sou as minhas batalhas e elas me transformaram na mulher guerreira que sou hoje. Costumo brincar que nossa vida particular se encerra assim que iniciamos a vida sindicalista. Criei minhas filhas assim e não me arrependo de ter dado a elas esse exemplo de dedicação ao trabalho e ao bem do coletivo. Hoje vejo que segui minha vocação e que elas, acompanhando toda a minha trajetória, cresceram sem medo de trabalhar e de batalhar por algo melhor.

10) E como foi parar no âmbito sindical?

Eu trabalhava como atendente da Prefeitura e como enfrentava tudo e batia de frente com os patrões, fiquei conhecida como uma pessoa briguenta e destemida. Até que fui convidada para participar de uma chapa que, após vencer a eleição, me abrigou em seu grupo de diretores onde aprendi muita coisa e usei minhas forças de maneira produtiva e benéfica para a categoria.

11) Qual a diferença mais evidente entre o Servidor desse tempo e o dos dias de hoje?
Eu tenho certeza que as coisas mudaram diante das próprias tranformações da Administração. Antigamente tínhamos acesso aos líderes municipais, que acompanhavam o nosso trabalho de perto, com olhos atentos aos nossos deveres e também aos nossos direitos. Hoje encontramos uma gestão sem qualquer tipo de comprometimento com seus colaboradores. Gestão essa que só faz amedrontar o trabalhador das mais diversas formas.

12) Que tipo de pressão os Servidores sofrem hoje? Explique melhor esse medo.
Todo o tipo que se possa imaginar. Antes recebíamos denúncias somente de casos de assédio moral e hoje os patrões conhecem inúmeros meios de prejudicar seus funcionários e até mesmo usá-los de exemplo para possíveis "agitadores". No caso de São José, temos ocorrências que vão desde a depreciação até a transferência do trabalhador para distâncias absurdas de suas residências. Eles têm estabilidade, porém são submetidos à situações onde o único remédio pode ser o pedido de demissão que resulta em perdas incalculáveis para toda sua família.

Na eleição no começo de novembro, Sanny foi reeleita para ficar à frente da entidade por mais um mandato

13) Paralisações não solucionam esse tipo de abuso?
Uma vez que o trabalhador sabe que suas atividades ficarão comprometidas e que sua integridade emocional será "bombardeada" por todos os lados, a paralisação não é motivada e seguida. Ninguém quer colocar seu bem-estar a perder de maneira tão drástica. O lado bom é que apesar desse medo que fica no ar, os Servidores estão mais atuantes no Sindicato e estão buscando vias legais para conquistarem seus direitos e ampliarem melhorias. Ao menos assim conseguimos atender e dar assistência aos trabalhadores.

14) A que você justifica essa confiabilidade dos trabalhadores, na entidade?
Eu acredito que os trabalhadores começaram a vencer o medo da Administração conforme foram acompanhando nosso trabalho contínuo e nossos ganhos na justiça. Todo o nosso empenho foi recompensado com o deferimento dessas ações e com o aumento de filiações que fortalecem cada vez mais a categoria. Isso abriu a mente de todos eles e até mesmo as nossas.

Deixe uma mensagem aos Servidores de sua cidade.
Quero ressaltar que todos os trabalhadores do Serviço público podem contar com o meu apoio e que estou aqui unicamente para dar voz aos seus anseios e necessidades. Vou permanecer concretizando tudo o que favorecer a nossa classe e ainda acredito que juntos conseguiremos reverter essa situação de abandono ao Servidor. Procurem nosso Sindicato! Estamos aqui para representá-los e fortalecê-los.

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