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Entrevista |
São Paulo, 5 de janeiro de 2016 |
ENTREVISTA - Carlos da Macro 4: “Vamos pressionar os três poderes até que realmente nos ouçam” |
Tesoureiro do SSPM apresenta planejamento e orçamento da entidade com máxima transparência e coesão |
Para trabalhar no âmbito sindical, em defesa dos interesses do coletivo, é importante ter discernimento, para definir os interesses e procedimentos estratégicos da classe, além de ser verdadeiramente apaixonado pelo que faz, já que essa luta não tem fim e depende de muito tempo e dedicação para uma liderança eficaz.
Carlos Henrique Oliveira, tesoureiro do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São José do Rio Preto e coordenador da Macrorregião 4, é o entrevistado da semana. Durante a conversa com nossa equipe, o sindicalista destacou a intensa luta que teve início no movimento estudantil e se estendeu aos tempos atuais.
Casado, com uma família grande formada por dez filhos, o dirigente garante que mantém a mesma determinação e agilidade do início da sua carreira. Confira mais um perfil e acompanhe a trajetória do companheiro! Vale a pena conferir.
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No serviço público desde 88, Carlos participa da diretoria do Sindicato de São José do Rio Preto
e mantém as 25 entidades da Macro 4 alinhadas |
1) Qual o seu primeiro contato com reivindicações e mobilizações de massa?
Comecei a entender o que significava lutar pelo bem do coletivo em 1977, quando participei ativamente do movimento estudantil na escola pública da minha região. Tínhamos um grêmio representativo e muito influente nas tomadas de decisões da diretoria. Reconheci aí a oportunidade de batalhar por algo maior do que nossos interesses particulares.
2) Referente ao funcionalismo, como e quando iniciou carreira?
Em 1988 me tornei funcionário público ocupando o cargo de engenheiro civil. Isso aqui em São José do Rio Preto. Na época o sindicalismo não era consolidado e a representatividade era praticamente nula. Os Servidores enfrentavam enormes dificuldades que não estavam nem perto de um final feliz.
3) Porque você cita tais dificuldades como irreparáveis? Não havia um Sindicato para atender e defender a categoria?
Veja bem, existia um Sindicato para os Servidores, porém ele não trabalhava efetivamente para beneficiar a classe. Perdíamos muito tempo tentando expor nossas necessidades e nada era feito para solucionar esses problemas, muitas vezes graves e inaceitáveis para qualquer trabalhador. Nem mesmo levavam à frente nossas reivindicações.
4) Acredita que isso ocorria por puro interesse político?
Com certeza. Foi nessa época, em 89, que me aprofundei nas atividades sindicais e comecei a trabalhar com uma oposição direta. Eles simplesmente defendiam os interesses da Prefeitura e nós, que realmente deveríamos ser defendidos, não podíamos aceitar essa liderança nos representando. Eles queriam manter aparências e amizades duvidosas, o que para nós era e ainda é inaceitável.
5) Após a saída dessa diretoria, o que mudou?
Posso garantir que importantes mudanças passaram a ocorrer. Por exemplo, posso citar a mais recente greve dos Servidores do INSS, que durou meses. Apoiamos os trabalhadores até o fim e conseguimos o reajuste de 10,8% além da criação do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) para a categoria.
6) Diante disso, podemos dizer que a Administração está começando a enxergar a força de seus colaboradores?
Para mim nosso reconhecimento está longe de acontecer. Os gestores ainda hoje se recusam a falar com nossa equipe que é legítima representante dos Servidores públicos. Na verdade só conseguimos negociar qualquer melhoria pressionando muito para que nos atendam e, ainda assim, só nos levam a sério diante de ameaças de greve. É um processo penoso e, a meu ver, desnecessário, mas eles infelizmente só entendem assim. |
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À esqueda o dirigente discursa em evento da CUT. À direita, articula ações junto aos dirigentes da Macro 4 |
7) Como solucionar esse bloqueio na comunicação com a Prefeitura?
Creio que seja preciso criar recursos na legislação que nos garantam o direito às negociações e que regularizem o direito de greve de maneira mais específica. Hoje em dia temos de especificar cada caso na justiça o que dificulta esse processo. Tudo acaba sendo demorado e acabamos perdendo tempo excessivo para solucionar problemas dos mais simples. Já passou da hora desse tipo de burocracia mudar.
8) Comente mais sobre as estratégias já em andamento.
Nós deixamos de agir individualmente por meio da filiação à Fesspmesp e nossa união tem resultado em visível progresso. Estamos mais fortes e concisos na hora de pleitear melhorias, incluindo projetos frente aos três poderes. A diretoria tem sido atuante e por meio das lideranças das Macrorregiões está cada vez mais presente no Congresso, com mais propriedade para debater e evoluir. Aos poucos estamos conquistando esses direitos e avançando.
9) O que mudou após a criação das Macros?
As 4 Macrorregiões surgiram para possibilitar uma maior aglutinação dos Sindicatos e, em contrapartida, atender às particularidades de cada região com mais agilidade e precisão. Atualmente estou à frente da Macro 4 que conta com 25 Sindicatos e posso garantir que todas as mobilizações e projetos têm fluido melhor. Estamos mapeando detalhadamente as necessidades de todos, investindo na formação dos dirigentes e focando na criação de estatutos (como por exemplo a criação do estatuto para a Educação).
Deixe um recado para os Servidores.
É preciso que o Servidor entenda que o Sindicato é o único instrumento de defesa dos interesses do trabalhador e considere esse órgão um verdadeiro aliado para a conquista de melhorias. Faço questão de reforçar aos nossos filiados a importância da participação de todos nas ações da entidade e nossa inteira disposição para atendê-los. Estamos aqui para representá-los da maneira mais correta e persistente possível. Agradecemos também toda confiança depositada em nossa equipe e vamos permanecer honrando com nossos compromissos.
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Para Carlos Henrique a comunicação entre os dirigentes sindicais é fundamental para obter avanços no setor |
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