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Entrevista |
São Paulo, 9 de fevereiro de 2016 |
ENTREVISTA - Adriano Carmo, Nova Odessa: "Basta
de dirigentes que focam na política e não no Servidor" |
Presidente Aires fez questão de entregar a Certidão Sindical nas mãos do companheiro Adriano do Carmo |
Estamos atravessando uma fase turbulenta onde todos os NÃOS dos administradores municipais são justificados com a crise nacional. Por essa situação intransigente, precisamos nos unir a diretores fortes e compenetrados na defesa do funcionalismo público. Nosso entrevistado da semana se enquadra neste perfil.
Adriano José do Carmo Rosa, hoje é presidente do Sspmano (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Nova Odessa), mas traz em sua bagagem histórias de inúmeros desafios, que se estendem até os dias atuais. Brigas com gestores abusivos, movimentos paredistas e uma série de peripécias vividas pelo sindicalista, você acompanha a seguir.
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Adriano está no setor público há vinte e três
anos e garante ter a mesma determinação de
quando ingressou no âmbito sindical |
1) Comente o início de sua jornada no funcionalismo.
Tenho quase 23 anos de muita história no serviço público. Ingressei prestando concurso como guarda municipal e segui com o intuito principal de promover a ordem e a segurança dos munícipes. Até que vi que os problemas eram mais abrangentes e que vinham de dentro para fora.
2) Foi o seu primeiro contato com o sindicalismo?
Foi sim. Estávamos tentando promover a segurança na região, mas em contrapartida não tínhamos materiais e recursos básicos para exercer nossas atividades. Estávamos expostos aos mais diversos riscos e sequer conseguíamos arrancar coletes da Prefeitura. Não recebíamos o devido treinamento e as formas de qualificação eram inexistentes. A partir daí passei a me interessar por meios de representatividade.
3) Como entrou para a direção do Sindicato?
Indignado com o que vivia na guarda me pus à frente nas discussões com o prefeito, até que o presidente Aires, me convidou para a direção do Sindicato dos Servidores de Americana. Na época ele representava também os Servidores da cidade de Nova Odessa. Depois de alguns anos, as entidades se desmembraram e pude atuar com mais precisão em minha cidade.A partir daí, meu comprometimento só se fez crescer e evoluir.
4) Quais foram os principais desafios encontrados, quando assumiu o Sindicato?
A Veja bem, nós sofremos as causas normais de uma receita limitada após o desmembramento, porém o que mais nos tirou noites de sono, foi a falta de escrúpulos da Administração em se recusar a nos reconhecer como entidade representativa. Para eles nunca importou se tínhamos a certidão Sindical ou não. Éramos ignorados, e pronto. Provamos nossa legitimidade com muito custo.
5) Que medidas tomaram para normalizar a situação?
Nós fizemos o que todos os dirigentes deveriam fazer: nos unimos aos trabalhadores, que são nosso foco principal. Fomos às bases, reunimos informações sobre o que realmente precisavam e oferecemos apoio - essas simples e necessárias atitudes nos garantiram o dobro de filiações em pouquíssimo tempo. Unidos e empenhados em um só propósito ficamos imbatíveis e mostramos à própria população nossa seriedade. |
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Nova Sede, Plano de Cargos, Carreiras e Salários e uma série de benefícios foram conquistados pelo presidente |
6) Acredita que nem todos os diretores têm esse hábito?
Tenho visto isso o tempo todo. Em cidades vizinhas e em outras categorias. Líderes reclamam da falta de filiações, mas cruzam os braços e esperam os filiados caírem do céu. Isso é mais frequente do que se imagina. Sem contar os colegas que focam em carreiras paralelas e deixam de olhar para seus representados. Em nossa casa também: basta de dirigentes que focam na política e não no Servidor! Estamos nos perdendo nesse percurso.
7) Como funcionam essas visitas às bases?
Eu tento manter a periodicidade e o horário para que o Servidor fique preparado para nos receber. Assim ele organiza suas ideias e pode compartilhá-las conosco. Nas garagens, por exemplo, faço questão de oferecer um café da manhã aos trabalhadores. Começamos o dia bem, batemos um bom papo, esclarecemos dúvidas e colocamos assuntos pertinentes ao funcionalismo em dia. É desse contato que surgem nossas ações e nosso planejamento é feito em cima do que eles nos solicitam.
8) Fale de alguns ganhos concretos para os Servidores.
Nós conquistamos por meio de incansáveis tentativas de negociações e inúmeras ações judiciais, benefícios como: vale-alimentação, plano médico e odontológico, assistência jurídica, assistência psicológica e até área recreativa para os nossos companheiros. Recentemente inauguramos uma nova sede que abriga estes e diversos recursos. São coisas mínimas, mas que fazem muita diferença para quem tanto faz pela população.
9) O que pleiteia para o futuro dos Servidores de Nova Odessa?
No momento, a curto prazo, estamos investindo nas negociações da Campanha Salarial de 2016. Na pauta pudemos incluir pedidos das mais variadas áreas. Entre todos os nossos planos posso garantir que a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) é o que mais me intriga. Vejo isso como nossa prioridade mais urgente e acredito que após finalizarmos e efetivarmos essas mudanças muitos problemas serão solucionados.
10) Vocês já contam o PCCS há muito tempo? Comente como conquistaram.
Não faz tanto tempo, mas ele contemplou os colaboradores municipais na base de muita "queda de braço". Organizados e certos de nossos direitos, nos reunimos para um movimento paredista jamais visto na cidade. Cruzamos os braços por dez dias, enfrentamos um gestor que se recusava a nos ouvir e findamos nossa luta na justiça. Só assim conseguimos implantá-lo. Isso ocorreu em 2014 e hoje sabemos que novos ajustes são necessários. |
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Dirigente vai às ruas para lutar pelo funcionalismo e faz questão de esclarecer dúvidas com Servidor cara a cara |
11) Sobre a pauta de negociações da Campanha Salarial, o que destaca para a classe?
Estamos empenhados não só em garantir o reajuste e as condições dignas de trabalho para todos, mas também tivemos a delicadeza de pedir ajustes na licença prêmio, que não é realizada de maneira igualitária. Esperamos contemplar Servidores de toda Nova Odessa com os mesmos direitos e não podemos admitir que parte deles receba 3 meses de licença, após os 5 anos de serviços prestados, e outra parte conte somente com 2. Queremos também ampliar recursos de saúde e bem-estar com preços reduzidos.
12) Você comentou sobre abusos da Prefeitura. Pode nos dar um exemplo mais atual?
Posso sim. Eles começaram recentemente, a descartar o lixo em aterros clandestinos e pasme: derrubaram árvores e destruíram áreas propícias a plantações para fazê-lo. Sem qualquer licença dos órgãos responsáveis e sem a devida fiscalização. Recebemos essa denúncia de Servidores que atuavam na região e tinham seu refeitório a menos de 500 metros desse aterro clandestino, que antes servia até para a plantação de hortaliças para a creche.
13) Qual foi a solução encontrada? Os Servidores continuam expostos a isso?
Fotografamos, chamamos as autoridades ambientais e obrigamos a desocuparem a área e encerrarem esse tipo de atividade no local. Os Servidores não serão mais expostos ao risco. Porém, o solo foi danificado, talvez até de maneira irreversível. Foram instaurados inquéritos e logo a Administração vai responder por mais essa arbitrariedade. É empurrar o lixo para debaixo do tapete, literalmente, sem o menor respeito.
Deixe uma mensagem para o Servidor público.
Quero deixar meu sincero agradecimento não só pela confiabilidade na seriedade do nosso trabalho, mas também expor minha gratidão pelo serviço prestado à população com tamanho empenho e dignidade. É esse compromisso com a qualidade em servir que consigo ver nos olhos desses trabalhadores. Parabenizo a todos e me sinto honrado em representá-los.
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Ao lado de fortes sindicalistas, Adriano Carmo se desdobra com bravura para atender a todos os Servidores |
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