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Entrevista São Paulo, 4 de outubro de 2016
ENTREVISTA - Jair Lima, de Guarulhos: Trajetória exemplar, repleta de superações e sucesso

Combativo e preparado, o dirigente usa seu conhecimento em prol do fortalecimento do funcionalismo municipal

Líder nato e com muita vontade de mudar para melhor a vida dos Servidores, Francisco Jair de Souza Lima, mais conhecido como Jair Lima, traça uma brilhante trajetória em prol da categoria. Já exerceu dois mandatos como presidente do Stap - Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública de Guarulhos (2006-2013) - e atualmente é responsável pela Pasta de finanças da entidade.

Começou a trabalhar muito cedo, como de praxe na região, na lavoura, em Juazeiro (CE), com apenas sete anos. Aos 11, já em São Paulo, montou um carrinho de rolimã para o auxiliar na coleta de papelão. Além disso, no tempo livre se dirigia à feira para ajudar as pessoas a carregar suas compras e juntava mais um dinheiro para ajudar seus pais e suprir um pouco das suas necessidades.

Dono de muita coragem e ousadia, nosso entrevistado veio da roça e já conheceu os pontos mais extremos da vida, mas mesmo assim optou pelo caminho honrado do trabalho e escolheu se tornar um cidadão de bem, homem trabalhador e honesto. Sempre que possível está ao lado de sua fiel companheira, que também é Servidora, Luciana Feitosa, e de seus três filhos.

O dirigente fala com muito orgulho sobre a honra de conseguir formar a filha Larissa em Direito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) e o rapaz Danyllo em Administração pela USP (Universidade de São Paulo). Hoje, cuida de sua princesa Rebeka Victória, de oito anos, e divide o tempo entre ela e suas atribuições na militância sindical. Leia abaixo na íntegra um pouco mais desta história.

LEIA O BATE-PAPO NA ÍNTEGRA:

Francisco Jair de Souza Lima tem experiência
de sobra como dirigente sindical e por meio
de suas ações conquistou excelentes avanços
1) O que fazia antes de se tornar Servidor?
Já fiz tantas coisas em minha vida que daria para escrever um grande livro. Como venho de uma família simples, da roça, trabalhar cedo é consequência. Já catei papelão, carregava compras na feira, mas aos 15 anos fui trabalhar num banco. Lá, comecei como office-boy e passei por todos os setores até me tornar gerente. Foram 12 anos de muito trabalho e aproveitei cada oportunidade recebida para crescer mais.

2) Como foi sua evolução profissional no banco?
Sempre foquei muito em crescer por meio dos estudos, pois eles proporcionavam a chance de formação em nível superior para os colaboradores. Agarrei com unhas e dentes e investi no meu conhecimento e futuro profissional. Me formei primeiramente em Ciências Contábeis e depois tive uma nova graduação em Economia. Foi uma experiência muito positiva e agregou diversos novos valores em minha vida.

3) E depois do banco, onde mais você trabalhou?
Tinha um sonho muito antigo de ser advogado. Depois que saí do banco, decidi que era o momento de iniciar o curso de direito. Ao mesmo tempo era motorista de Kombi. Fazia transporte alternativo, carretos e prestava serviços para algumas empresas. Depois atuei também como corretor de imóveis. Foram oito anos de total correria, em que me desdobrei entre estudos, família
e trabalhos. Valeu a pena cada um desses segundos.

4) Quando e por que decidiu se tornar Servidor municipal?
Em 1995, incentivado pelos amigos e familiares, a fim de obter maior estabilidade empregatícia e na esperança de crescer dentro do serviço público, prestei concurso para Escriturário na Prefeitura de Guarulhos e obtive sucesso no resultado das provas. Já como Servidor, prestei mais cinco provas internas e avancei na progressão de letras. Porém, não estava plenamente satisfeito com a situação.


Também desenvolve ótimos trabalhos e leva toda sua experiência para lideranças de outras entidades do setor

5) Como foi esse início como funcionário da Administração?
Na verdade foi um período bem complicado. Quando assumi meu cargo percebi que as coisas não eram exatamente como eu imaginava. Possuía estabilidade, mas não tinha chance de crescimento. Trabalhava durante o dia na Administração e depois seguia para o escritório, então me dividia entre ser corretor e advogado assumindo algumas causas. Trabalhava de domingo a domingo. Essa foi a maneira que encontrei de me manter para garantir uma educação decente para meus filhos.

6) Como iniciou suas atividades sindicais? Conte um pouco sobre esse processo.
Desde criança sempre fui extremamente contestador. No serviço público não poderia ser diferente. Via muita coisa errada e questionava. Tanto que fui transferido cinco vezes. Devido minhas formações, muitos colegas me procuravam para tirar dúvidas e eu os auxiliava da melhor maneira possível. Mas nada ligada diretamente ao Sindicato, pois naquela época a entidade era uma extensão do gabinete do prefeito e os Servidores não tinham com quem contar em sua defesa.

7) Mas quando de fato entrou para o movimento sindical?
Fomos impulsionados pela inércia do Sindicato. Então, alguns companheiros me convidaram para ser um dos últimos suplentes de uma entre as cinco chapas que concorriam ao pleito. Topei. A nossa era formada exclusivamente por trabalhadores quase que todos braçais. Por ironia das circunstâncias, o encabeçador precisou revogar sua participação e os demais companheiros acabaram me chamando para substituí-lo. Deu certo, e, em 2005, vencemos as eleições e começamos a mudar nossa história.

8) Qual era a situação da entidade e como colocaram a casa em ordem?

Não tínhamos ciência da situação real, estava um verdadeiro caos. Praticamente não passava de um escritório partidário. Não haviam mesas, cadeiras, telefone, computadores, ou seja, a estrutura estava totalmente sucateada. Nos primeiros 90 dias realizamos um trabalho minucioso de levantamentos. Depois focamos na obtenção da Certidão Sindical, a qual conquistamos, e na sequência na organização financeira. Apesar de 2.500 associados, haviam muitos débitos e foi necessário um forte trabalho para iniciar a regularização. Aos poucos mudamos esse quadro.


Seja na sede do Sindicato ou na base com o Servidor, Jair desempenha sua função com muita responsabilidade

9) Quais as principais dificuldades que enfrentou com o funcionalismo?
Foi difícil conquistar a confiança dos trabalhadores, pois estavam sem representatividade e isso é algo que só o trabalho sério junto ao tempo podem mudar. Hoje eles vão à luta, comparecem em assembleias e participam da vida do Sindicato. Por meio de um trabalho de formiguinha conseguimos trazer os Servidores para o Sindicato e praticamente triplicamos os sócios, agora temos 7.200.

10) Cite alguns avanços e conquistas elencados em prol dos trabalhadores.
Derrubamos a casa velha e construímos uma sede nova, modernizada, imponente e bonita. Possui um amplo espaço de festas no mezanino, várias salas setorizadas para as mais diversas finalidades, Lan House, salão de cabeleireiro e um saguão onde realizamos algumas assembleias e reuniões. Além disso, tudo está bem mobiliado. Adquirimos quatro veículos zero-quilômetro, três gols e uma doblò. Temos uma ótima estrutura de atendimento e trabalho, fruto de suor e empenho contínuo.

11) Deixe uma mensagem para o funcionalismo de Guarulhos.
Companheiros, o Sindicato além de entidade representativa é sua casa, a casa do trabalhador. Aqui iniciam os avanços de salários e benefícios que, consequentemente, influenciam direto na sua vida e de seus familiares. Neste local, lutamos contra toda injustiça e procuramos ampliar o acesso a alguns direitos básicos. Ou seja, sua participação é fundamental para elaboração das políticas que norteiam nossas ações, das mais simples até as mais excepcionais. Estamos de portas abertas à sua espera.

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Ao lado de diretores do Stap, o companheiro comemora por mais um ano a Festa realizada para os trabalhadores

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