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Entrevista |
São Paulo, 26 de setembro de 2017 |
ENTREVISTA - Alexandre Pastova, de Ribeirão Preto:
"Queremos transformar o País em um lugar melhor"
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Alexandre Pastova é um dos integrantes da Regional Ribeirão Preto, onde atua ao lado de grandes sindicalistas |
O último entrevistado deste mês é o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis, Alexandre Pastova. O companheiro, que também atua como coordenador da Regional Ribeirão Preto, conversou com a nossa equipe sobre a sua trajetória e as lutas que enfrenta diariamente. Expos aqui todas as dificuldades que enfrentou.
Alexandre é Servidor há 24 anos, atualmente concursado como GCM (Guarda Civil Municipal), mas carrega em seu currículo duas importantes formações na área de licenciatura: química e ciência.
O dirigente é casado com a Professora Lila de Souza, com quem tem dois filhos: Antônio e Gabriela.
Veja abaixo o bate-papo na íntegra:
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Alexandre é vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Ribeirão
Preto e Região e atua no setor há 24 anos
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1) Como concilia o sindicalismo com a família?
Quando um Servidor ingressa na vida sindical perde a noção de horários. Eu estou sempre em busca de ofertar meu melhor aos Servidores, e por esta razão não perco nenhuma oportunidade de fazer algum curso ou de participar de um pleito, seja em qualquer parte de São Paulo. Mas tenho uma família de ouro que me apoia e entende os meus ideais sempre. Agradeço muito pelo suporte que recebo deles na minha carreira.
2) Conte um pouco sobre a sua infância.
Eu nasci em 1970, no berço da ditadura. Meu pai era um militar considerado rebelde que defendia firmemente a redemocratização do País. Graças aos seus ideais, os superiores dele sempre o transferiam para longe, o que ocasionou em várias mudanças repentinas durante toda a minha infância. Porém, aprendi com ele a importância de defender o que acreditamos e como esse pequeno ato pode transformar o espaço em que vivemos.
3) Quais profissões você exerceu antes de ingressar no funcionalismo de Ribeirão Preto?
Trabalhei em muitas áreas e entre elas posso destacar office-boy em uma empresa de colchões e Agente de Controle de Epidemias. Na época que assumi o cargo
na Administração estudava em período integral, o que com o tempo acabou me deixando mais forte para lutar em prol dos trabalhadores, pois vi que é necessário muito trabalho árduo e esforço para mudar de vida.
4) Como descobriu a sua vocação para dirigente sindical, como foi o processo?
Ao assumir meu primeiro cargo na Prefeitura percebi o grave problema que os Agentes de Controle de Epidemias sofriam. Não tínhamos um transporte adequado para nos dirigirmos até as casas dos moradores da cidade. Por causa disso, os Servidores eram transportados como gado em cima de caçambas e caminhões. Graças a esta situação humilhante, no meu primeiro dia de trabalho organizei os trabalhadores e juntos fizemos a primeira greve da área, a qual foi um sucesso para a categoria.
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Com 24 anos de serviço público o companheiro conhece as dificuldades de todos os setores da sua região |
5) Como entrou para a diretoria do Sindicato? Como foi o processo?
Em 2012 eu comecei a trabalhar na CUT (Central Única dos Trabalhadores), local em que consegui aprender mais sobre os trabalhadores e como realmente funciona o sindicalismo. Em 2014 participei de um congresso em Ribeirão Preto. Encontrei alguns amigos e juntos decidimos formar uma nova chapa e neste momento surgiu a ideia de me tornar vice-presidente. Fomos eleitos com grande adesão dos votos dos Servidores no ano seguinte e até hoje permanecemos na diretoria.
6) Na sua opinião, qual a importância da Regional Ribeirão Preto.
Esse é um projeto que leva o funcionalismo para regiões onde, infelizmente, ainda não existem Sindicatos. Muitos Servidores tornaram-se reféns dos prefeitos ambiciosos de suas cidades, e a Regional está aqui para reverter essa situação. Queremos acabar com o coronelismo das Administrações que não cumprem a lei do Piso e desejam impor remunerações abaixo do mínimo.
7) Como você conheceu a Fesspmesp?
A mais de 20 anos acompanho de perto o trabalho e as realizações do Presidente Aires Ribeiro. A CSPM (Confederação Nacional dos Servidores Municipais) e a Fesspmesp eram projetos que foram regados com justiça, lealdade e ternura, o que foi de suma importância para o desenvolvimento e a criação de ambas as entidades. Hoje as duas são projetos que levam o funcionalismo de forma fiel
para o Estado de São Paulo e para o Brasil inteiro. Agradeço muito por fazer parte dessa família!
8) Qual foi a maior injustiça que você sofreu nestes 24 anos de Serviço Público
Em 1998 estourou uma greve em Ribeirão Preto. No ato, um ovo foi tacado em um dos representantes do poder público. Eu defendi o ato do Servidor porque ninguém ficou do lado do funcionalismo depois deste imprevisto. Um comandante da guarda que não gostava muito de mim decidiu abrir um processo com o argumento que estava tomando a defesa de criminosos. Fiquei 18 meses afastado do meu cargo e desempregado. Foi um momento difícil por ficar sem trabalhar, mas não me arrependo do que fiz.
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Companheiro é ativo na vida do Sindicato e garante ampliação do conhecimento através de diversas formações |
9) Qual foi o ato mais marcante durante a sua carreira sindical?
Em 1999 a Administração diminuiu em 30% a remuneração de quase toda a categoria. Nos reunimos
e fizemos uma greve histórica de 10 dias de muita luta. Conseguimos que o Governo retrocedesse na decisão através da unidade e mostramos que nem mesmo a Justiça falha de nosso País consegue derrubar os trabalhadores unidos. Até hoje me lembro desse momento único com muito carinho.
10) Como você acha que podemos recuperar o Brasil ao meio de tanta corrupção?
O trabalhador precisa compreender que nem todo o candidato é igual, existe sim aqueles que estão dispostos a mudar o Pais de dentro para fora. O grande problema é que esses poucos felizardos não aparecem na grande mídia por não fazerem parte da elite brasileira. Precisamos sanar essa ideia que só os ricos podem estar no poder e começar a votar em pessoas que trabalharam duro. Precisamos pensar melhor na hora do voto e demonstrar mais consciência para decidir o futuro do Brasil.
11) Deixe uma palavra aos Servidores de Ribeirão Preto.
Aos trabalhadores da minha cidade deposito aqui o pedido de confiança em nosso trabalho. Como sindicalistas, queremos transformar o País em um lugar melhor, ou pelo menos tentar. Mas para que isso seja possível precisamos da ajuda de todos vocês através do voto. Temos que eleger um representante que possua a mesma origem que a nossa, um trabalhador legítimo disposto a lutar.
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Alexandre Pastova é um dirigente ativo e bem conhecido no meio sindical da cidade de Ribeirão Preto e região |
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