Na semana passada, dia 11 de novembro, nossa Federação lançou um novo quadro no site em que entrevistará lideranças do setor público. Rodrigo Peretto, presidente do Sindicato dos Servidores de Mococa, foi o estreante. A entrevista teve ampla repercussão e foi muito comentada entre os companheiros - clique aqui e confira.
Após uma semana, a Fesspmesp entrevista Antonio Rodrigues, mais conhecido como Toninho do Caps. Ele é vice-presidente do Sintrasp (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Osasco), diretor de Saúde e Segurança do Trabalho da nossa Federação e 1º secretário da CSPM (Confederação dos Servidores Públicos Municipais).
Toninho tem 48 anos. É casado e pai de cinco filhos (sendo um homem e quatro mulheres). É avô de um menino de cinco anos chamado Rafael. Seu cargo efetivo na prefeitura de Osasco é Auxiliar de Enfermagem. Toninho é muito querido pelos companheiros e bem respeitado pela sua conduta exemplar. Tem um trabalho forte de base e valoriza o contato permanente com o Servidor.
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Toninho é casado, pai de cinco filhos e avô
É sindicalista do bem e forte liderança |
ACOMPANHE A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
Toninho, como você entrou no movimento sindical?
Após enfrentarmos momentos de injustiças e perseguições, junto com um grupo de Servidores de Osasco criamos uma associação no ano de 2000 para lutar verdadeiramente pelos interesses da categoria. Na época, eu era vice-presidente.
Que injustiças e perseguições eram essas?
Eram muitas. As condições de trabalho eram precárias em todos os setores. Havia perseguição política e um desrespeito generalizado para com o Servidor. O assédio moral era incontrolável. Ficamos anos sem um reajuste digno e o abandono era geral. Sofríamos com a omissão do Sindicato e não identificávamos força na entidade para enfrentar o governo.
E como foi sua entrada no Sintrasp?
Em 2009, na última eleição da entidade, junto com o grupo de Servidores que criamos a associação, iríamos montar uma chapa de oposição. Mas fomos procurados pela atual diretoria do Sindicato para compor com eles.
E foi uma decisão acertada?
Entendemos que naquele momento seria mais prudente fortalecer o Sindicato. Ou seja, levar novas ideias, inclusive uma visão mais apurada sobre os principais anseios da base. Em pouco tempo, conseguimos retomar a credibilidade do Sindicato junto à categoria e negociar com o governo municipal. Garantimos a implantação de uma Mesa Permanente de Negociação.
Sobre o seu futuro no Sindicato: o que pretende fazer?
Pretendemos fazer um trabalho diferenciado. Nossa intenção é democratizar ainda mais o Sintrasp. Vamos ampliar todos os serviços de assistência ao associado e fazer com que as negociações por melhores salários e direitos sociais sejam mais satisfatórias.
Tem alguma prioridade nas negociações?
Prioridade não. Temos prioridades, como implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para toda a categoria, lutar com os Servidores para que o abono complementar seja incorporado ao salário, e pleitear um Piso salarial que condiz com a realidade do município. Hoje, Osasco tem uma arrecadação altíssima e o Piso da categoria é um dos menores da região.
"Existe hoje no Sintrasp um trabalho social, em caráter experimental. Nós avaliamos que é necessário destinar uma receita voltada para esse tipo trabalho. Porque temos muitos Servidores que, além das drogas e bebidas, são exonerados por algum problema particular, sem que a administração saiba da problemática" |
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Como você avalia o seu trabalho de base?
Acredito que ele é bom, mas como tudo na vida pode melhorar. Pretendo em breve fazer uma agenda só de visitas à base. Hoje, não consigo cumprir um calendário por conta do trabalho que tenho na Fesspmesp. Nossa meta é visitar 10 unidades por semana e vamos atingir esse objetivo.
Quais são as constatações colhidas?
Além de reivindicações salariais e cobrança de melhorias nas condições de trabalho, somos informados da ausência de alguns companheiros que foram exonerados do cargo. Temos muitos Servidores alcoólatras, usuários de drogas e não são assistidos pelo estado. E, por se tratar de um trabalhador, acredito que o Sindicato que representa esse trabalhador tem a obrigação de dar todo o suporte.
E o Sintrasp dá algum suporte?
Existe hoje no Sintrasp um trabalho social, em caráter experimental. Nós avaliamos que é necessário destinar uma receita voltada para esse tipo trabalho. Porque temos muitos Servidores que, além das drogas e bebidas, são exonerados por algum problema particular, sem que a administração saiba da problemática e trate do problema.
Você pode citar algum exemplo?
Mas é claro! Temos Servidores com depressão e não comparecem ao trabalho. Assim, automaticamente é feito um processo administrativo e o companheiro é exonerado. Temos reintegrado alguns Servidores que passam por isso. Muitas vezes fui à casa de trabalhador. Era informado por colegas de trabalho e ia averiguar a situação. Graças ao trabalho social, muitos voltaram ao posto de trabalho e outros foram encaminhados para a aposentadoria. Grande vitória do trabalho social do Sintrasp. |