Após a repercussão positiva da entrevista com Antonio Rodrigues, mais conhecido como Toninho do Caps, trazemos hoje, dia 25 de novembro, mais uma inédita. A entrevistada da semana é Cristina Helena Gomes, presidente do Sindicato dos Servidores de Itapira (SSPMI), coordenadora nacional do Setor Público da Força Sindical, vice-presidente da Regional Mogi Guaçu da Fesspmesp e diretora de Formação Sindical da CSPM (Confederação dos Servidores Públicos Municipais).
Cristina é casada e mãe de três filhos. Tem seis netos que, segundo ela, são fontes de uma alegria indescritível. Seu cargo efetivo na prefeitura de Itapira é Técnica de Enfermagem. Cristina é conhecida e respeitada pela sua garra e perseverança na defesa dos Servidores de Itapira, de São Paulo e de todo o País. Vale a pena conferir!
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Cristina é casada, mãe de três filhos e avó
Sindicalista há mais de 20 anos em Itapira
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ACOMPANHE A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
Como você iniciou sua trajetória no serviço público?Sou formada como Técnica de Enfermagem há quase 35 anos. Entrei no serviço público há exatos 30 anos. Desde o início eu via as dificuldades enfrentadas pelo Servidor. A começar por mim própria, pois os salários eram pagos com atrasos, algo inadmissível. Tinha tanta conta pra pagar e não podia contar com o dinheiro. Foi daí que surgiu minha disposição em fundar o SSPMI.
Fale um pouco mais sobre a fundação do Sindicato.
Justamente pelos atrasos no pagamento. Em 1994, juntei um grupo de Servidores e fundamos o Sindicato. Desde o início, combatemos arbitrariedades da administração e entramos pra valer na defesa dos companheiros. Sofremos perseguição política e foi muito difícil. Mas com muito empenho avançamos.
Que tipo de perseguição?
A administração vem confundindo organização sindical com organização política. Não queremos afrontar o prefeito, mas sim, negociar. Porém, a prefeitura encara os movimentos como afrontas e, desde o início, tem dificultado as negociações. Para ter uma ideia, durante cinco anos, a administração tirou a mensalidade recebida pelo Sindicato. Só nos mantivemos com caixinhas que eu e os diretores pedíamos diretamente ao Servidor. Vários de nossos diretores foram demitidos em uma atitude lamentável de perseguição.
E a situação mudou?
Infelizmente não. Depois de oito anos de relativa paz estamos sofrendo tudo novamente. O prefeito não está reconhecendo o Sindicato como representante da categoria. Um exemplo claro é a greve realizada no começo do ano. Apesar de a Justiça considerar o movimento legal, os Servidores tiveram os dias descontados. O que foi determinado era um acordo entre o Sindicato e a administração. Mas, infelizmente, esse acordo ainda não ocorreu por culpa da prefeitura.
Quais ganhos você destaca nos últimos anos?
Lutamos muito e conseguimos o Plano de Carreira para o Magistério, pagamento dos salários no 5º dia útil e a valorização da mulher Servidora. Porém, nada supera o reconhecimento da sociedade quanto à legitimidade do Sindicato nos últimos anos. Foi difícil, fomos pra base, realizamos diversas assembleias e nos impomos para conquistar nosso espaço. Hoje, o Servidor sabe que tem uma entidade forte e representativa.
Por falar em base, como é o trabalho do Sindicato nos locais de trabalho?
Eu e os diretores, uma vez por mês, percorremos todos os postos para entregar informativo. Eu não vejo outro meio melhor do que o corpo a corpo para estar próximo da base. Tiramos dúvidas, falamos sobre o trabalho do Sindicato e colhemos denúncias. Outra ferramenta que tem se mostrado muito útil na relação é o Facebook. Temos um grupo fechado em que os Servidores podem postar suas dúvidas e encaminhar sugestões. Para ter uma ideia, boa parte da nossa última greve foi organizada pelo Face.
"Em 1994, juntei um grupo
de Servidores e fundamos
o Sindicato. Desde o início, combatemos arbitrariedades
da administração e entramos
pra valer na defesa dos companheiros. Sofremos perseguição política e foi
muito difícil. Mas com muito
empenho avançamos" |
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Existe alguma dificuldade para entrar neles?
Há alguns meses, a administração tem cerceado o direito do Sindicato de entrar nos postos de trabalho. Só conseguimos ir até os portões e gentilmente os trabalhadores nos recebiam. Uma atitude antissindical, que tem atrapalhado nossas ações. Já estamos tomando todas as medidas necessárias para impedir a prática. Os companheiros têm medo de retaliação e, por isso, evitam nos receber. Um absurdo repudiado pela diretoria que trabalha com empenho para reverter o problema.
Quais os planos para o futuro?
Quero lutar por mais direitos e conquistas para o funcionalismo. Queremos um reajuste digno e combater os desmandos da administração. Se preciso, vamos lutar por todos os direitos na Justiça. Eu e nenhum dos dirigentes do SSPMI estamos de brincadeira.
Gostaria de deixar alguma mensagem?
Claro. Deixo para os companheiros um pensamento que norteia todo meu trabalho durante esses anos: "Resistir sempre, desistir jamais" - Che Guevara.
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