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Entrevista São Paulo, 17 de dezembro de 2014
Fesspmesp entrevista Ferrugem, um homem
que nem os porões da ditadura o detiveram

Ferrugem, em sua sala na sede do Sindicato, atende gentilmente nossa equipe em um sábado muito chuvoso

Nossa equipe de comunicação foi a Mogi das Cruzes, dia 13, um sabadão, fazer a última entrevista do ano. Por mais de uma hora, o jornalista Rodrigo Sousa, da Agência Grita São Paulo, bateu um papo com o companheiro Benedito Francisco de Souza Filho, mais conhecido como Ferrugem.

Com mais de 40 anos de luta em prol dos direitos do trabalhador, Ferrugem tem uma história de coragem e determinação. O companheiro, que sobreviveu aos porões da ditadura, aposta no diálogo como diferencial do sindicalismo moderno.

VIDA DE LUTA - A fala mansa, mas determinada, aliada ao carisma característico do povo mineiro, cria o clima perfeito para conhecer a história de luta e sucesso de Ferrugem, esse incansável companheiro que nunca traiu os trabalhadores.

SINDICALISMO - Atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública de Mogi (Sintap), Ferrugem é mineiro de Juiz de Fora e começou a participar dos movimentos em busca de melhores condições de trabalho no final da década de 1960.

Ferrugem, sempre atuante e combatente!

Na cidade mineira ajudou a organizar importantes greves. Sua participação ativa e decisiva no movimento sindical lhe rendeu inimigos poderosos. Um dos primeiros foi o então prefeito juiz-forano, Itamar Franco, que mais tarde se tornaria presidente da República. Perseguido, Ferrugem veio para São Paulo, em 1970.

PRISÃO - E o sindicalismo que corria na veia do jovem Ferrugem ficou ainda mais forte na capital paulista. Em menos de um ano, organizou importante greve. A atitude rendeu uma passagem pelo então temido DOPS (Departamento de Ordem Política e Social).

"Fiquei alguns dias detido. Apanhei muito no pau de arara. Para sair tive que assinar uma declaração de que nunca mais passaria em frente à fábrica e nem participaria de greves", declara emocionado.

CORAGEM - Mas a violência não foi capaz de intimidar Ferrugem. Até ingressar no serviço público, em 2002, participou de inúmeras greves. No período, presidiu o Sindicato da Construção Civil de Mogi das Cruzes por aproximadamente 12 anos.

SINTAP - Em seu primeiro mandato à frente do Sindicato dos Servidores de Mogi das Cruzes, Ferrugem reclama da dificuldade em dialogar com a administração municipal. "Mogi ainda é uma cidade de coronéis. O prefeito é intransigente e não aceita conversar com o Sindicato. Nossa principal luta tem sido para acabar com a opressão contra Servidor e o assédio moral", destaca.

NOVOS TEMPOS - De uma escola em que o sindicalismo era combatido violentamente pelo aparelho policial, Ferrugem acredita que a liberdade da atualidade faz com que o diálogo seja a principal ferramenta de luta em prol dos direitos dos trabalhadores. "São outros tempos. Não dá para querer impor nossos direitos na marra. O desafio do sindicalismo atual é aprender a utilizar o diálogo como arma de negociação", esclarece.



Ferrugem com os companheiros que trabalham em prol da organização e fortalecimento do setor público

CONQUISTAS - Funcionário do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), Ferrugem tem trabalhado forte, ao lado de sua diretoria, por importantes conquistas para o funcionalismo de Mogi. Restaurantes nos setores de trabalho, criação da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) em todos os departamentos, pagamento de horas-extras e quinquênio para todos são as principais lutas para 2015. "Os funcionários do Semae já têm esses benefícios. Agora, trabalhamos para estender as conquistas para todos os Servidores", afirma Ferrugem.

BENEFÍCIOS - Além das conquistas trabalhistas, os associados do Sintap também contam com benéficios como manicure e cabelereiro gratuitos. O atendimento acontece na sede do Sindicato. Além disso, o Sindicato tem um informativo que circula na base a cada dois meses.

NOVAS LIDERANÇAS - Com o objetivo de qualificar e identificar novas lideranças, o Sindicato promoverá um seminário no primeiro semestre de 2015 para todos os funcionários da administração. A intenção é garimpar novos líderes para ajudar na intensa luta na defesa dos direitos da categoria.

"Fiquei alguns dias detido. Apanhei muito no pau de arara. Para sair tive que assinar uma declaração de que nunca mais passaria em frente à fábrica e nem participaria de greves", declara emocionado

Os principais tópicos que serão abordados são: atendimento ao Servidor, o papel da mulher no mundo sindical e as questões sindicais modernas. "Temos que formar líderes para que a luta não perca força, não pare!", esclarece Ferrugem.

HISTÓRICO - Benedito Francisco de Souza Filho (o Ferrugem) é casado e pai de dois filhos. Começou a militância sindical ainda na juventude, em Juiz de Fora (MG). Perseguido por sua atuação sindical, veio para São Paulo em 1970, onde foi torturado pela ditadura.

Em 1976 esteve em Cuba participando de um seminário sobre sindicalismo. Dois anos depois, voltou a visitar o exterior. Dessa vez passou três meses na Nicarágua, ajudando na colheita de café e participando de atividades sindicais.
Atualmente, divide atividades sindicais com família. "Continuo lutando em defesa do servidor. Mas temos que saber separar. Pois os dois [Servidor e Família] são muito importantes para minha vida".

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Posse da diretoria do Sindicato dos Servidores de Mogi das Cruzes. Ferrugem é referência e forte liderança

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