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Entrevista São Paulo, 3 de março de 2015
Claudete de Oliveira, de Itirapina, é exemplo
de forte liderança há quase dez anos

Claudete é forte liderança em sua cidade. Tem o respeito, carinho e admiração de todos os Servidores

Após a repercussão positiva da entrevista com Edílson Humberto Lopes (Ditinho), principalmente nas redes sociais, hoje, dia 3 de março, postamos mais uma inédita. A entrevistada da semana é Claudete de Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores de Itirapina, Analândia e Corumbataí. Com 51 anos, a companheira é casada e completa em 2015 dez anos de militância sindical.

Claudete é Auxiliar Técnica de Enfermagem. É conhecida e respeitada pela sua garra e não abaixar a cabeça para os desmandos da administração. Apesar de diversas vezes ser alvo de calúnias por parte de indivíduos que só querem manchar sua imagem, ela não desanima e continua seu trabalho. Vale a pena conferir!

1) Como ingressou no meio sindical?
Ingressei quando fui colocada para trabalhar longe da minha residência, sem transporte ou qualquer situação que respeitasse meu ambiente de trabalho ao qual denominei como exílio político. Na época, eu era vereadora da cidade e não me conformava com injustiças sofridas pelos trabalhadores.

Este ano, a companheira completa uma década de militância na defesa do Servidor

2) Qual foi sua principal motivação?
Minha maior motivação foi que no meu local de trabalho sofri tentativas de morte, ameaças, aí comecei a pensar: por que não fundar um Sindicato? Tive essa ideia não somente para me defender, mas para estar ao lado dos que sofrem perseguições, assédio moral, falta de vencimentos dignos ou mesmo direitos básicos de sobrevivência. Porque o trabalhador brasileiro tem direito de combater e desafiar esses "senhores de escravos". Mesmo tendo alguns pelegos em meio à classe sindical, consegui montar o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Itirapina e também estendi a base em Analândia e Corumbataí.

3) Alguma situação em sua vida te inspirou a este trabalho?
Lá pelos meus oito anos de idade estava na roça com meu pai e presenciei uma cena que nunca consegui esquecer: um fiscal chamou a atenção de um trabalhador e o humilhou até dizer chega! O homem abaixou a cabeça e escutou sem dizer sequer uma palavra. Eu, ouvindo aquela situação disse a meu pai: Pai, vou crescer e ajudar a acabar com pessoas que pensam e faz o que este fiscal acabou de fazer. E o jeito que encontrei de mudar situações como essa foi fundar o Sindicato; que incansavelmente luta pelo direito dos trabalhadores.

4) As mulheres têm aumentado muito sua participação na política. Por que demorou muito?
Há muitas décadas, as mulheres eram vistas apenas como do lar, cuidadoras de filhos e "andar atrás de homem". Esse quadro mudou quando o número de mulheres que foram à luta aumentou. Elas queriam direito de igualdade no trabalho, competições políticas e partidárias e estavam dispostas a vencer a ditadura contra a mulher. Hoje, já temos um número bastante satisfatório de mulheres no poder, número esse que vai crescer muito.

Vou contar um fato verdadeiro de quando eu tinha cerca de quatro anos de idade. Perguntei a uma senhora de setenta anos, o porquê que ela sempre andava atrás do senhor Otavio, seu esposo. Ela me respondeu "porque nós mulheres devemos obediência aos homens, depois do nosso pai para o nosso marido". Odiei ouvir aquilo e dali em diante fui em busca dos meus objetivos sem medo.

5) Como foi fundado o seu Sindicato e quais foram as principais dificuldades?
Pela persistência. Sem dinheiro. Sem formação adequada. Ou seja, cara e coragem com a ajuda de algumas pessoas que acreditou no meu trabalho e na minha luta estão aqui hoje firmes e fortes para enfrentar patrões escravagistas e quem com eles comunga.

6) Você já sofreu algum tipo de represália?
Nossa! Já sofri inúmeras. Se eu fosse me preocupar com represálias já teria fechado o Sindicato e até mudado de cidade. Como são muitas vou citar algumas: supressão de desconto em folha; supressão dos meus vencimentos; perseguição (dos mais escabrosos possíveis) na tentativa de desmotivar o funcionário e enfraquecer o Sindicato querendo decretar sua falência. Mas não me aborreço com isso, somos fortes e unidos, por isso não precisamos temer.




Claudete não mede esforços para estar sempre próximo do Servidor; dirigente também participa de cursos

7) Quais os principais ganhos do Sindicato nos últimos anos?
Conquistamos Planos de Cargos, Carreiras e Salários, adicionais além dos que já tínhamos, vale-alimentação, a garantia dos funcionários aposentados por invalidez, mas que ainda tem o contrato de trabalho ativo. Mas agora no presente momento o Sindicato está apenas para fazer ações, mandatos de seguranças para defender o que o funcionário conquistou entre os anos de 2008 até 2012 estamos na luta para garantir esses direitos.

8) Sua família lida bem com sua agenda tumultuada?
Eu trabalho no Sindicato de segunda a sábado e também em muitos feriados e domingos, mas não tenho problema com minha família, pois respeitam a minha escolha. Eles sabem que é pelo bem do funcionalismo e que o trabalho que realizamos é sério e comprometido.

9) Qual a principal reivindicação que o Sindicato apresenta em 2015?
Além do reajuste que estamos estudando, nossa luta é por mais respeito para com os funcionários que estão sendo assediados no local de trabalho por pessoas que pensam ser chefes por terem um apadrinhamento político.

10) Como você avalia seu trabalho de base?
Meu trabalho de base é conscientizar o funcionário a cumprir com suas obrigações, receber somente o que lhe é devido, respeitar a condição dos companheiros mais amedrontados e lutar pelos seus direitos. Aprender a diferença entre dever e direito até mesmo como cidadão, mesmo porque quem paga nossos vencimentos é a população através dos impostos arrecadados pelo município. Ensino a entender o que são ações ganhas e ações que depende de entendimento e provas que são as mais demoradas. Posso dizer que sou carne de pescoço e tenho um bom trabalho, assim alto me avalio.

11) Deixe uma mensagem aos companheiros da Federação.
Peço desculpas aos companheiros por não poder estar presente em todas as lutas. Aqui em Itirapina sou a única diretora afastada e no momento em difícil situação financeira. Porém, como diz um velho ditado: de um limão, companheiros, se faz uma limonada, MAS FALTA O AÇÚCAR. E o açúcar é a persistência e a garantia de saber que estamos longe, porém, não separados. Juntos, sempre! Avante, sempre! Em busca do bem coletivo e para acabar com patrões "truculentos".

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