A entrevista da semana passada com a companheira Cláudia Adum repercutiu muito nas redes sociais. Por conta do sucesso, nossa equipe recebeu diversas sugestões para o entrevistado. Dia 19 de maio tivemos o prazer de conversar com o simpático Lourival Rosa Basílio, ou simplesmente Basílio como é conhecido, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bebedouro.
Basílio tem 43 anos e é casado com Adineia Cordeiro. É pai de dois filhos: Lorena e Caetano. Seu cargo na administração é Guarda Civil Municipal (desde 1994). Entrou no Sindicato em 2008 e está no mieo sindical desde 2004, quando foi um dos integrantes do Conselho Fiscal.
Acompanhe a entrevista na íntegra e compartilhe com os colegas!
1) Você sofreu perseguição no trabalho?
Infelizmente, o que eu passei é uma realidade frequente em todas as administrações. Em 2003, sofríamos demais com uma administração fraca e que não dava qualquer suporte aos Servidores, em especial os GCMs, que tinham muitos direitos defasados. Ao recolher assinaturas para a greve que estava sendo organizada sofri sanções e fui perseguido. Precisei do apoio do Sindicato.
2) E como superou?
Uma vez que tive esse apoio comecei a colaborar mais ativamente com o Sindicato e no ano seguinte fui convidado a participar do Conselho Fiscal. Foram quatro anos acompanhando as contas e fiscalizando de perto o que entrava e saia da entidade. Essa experiência foi fundamental para formar o dirigente sindical que sou hoje.
3) Como foi a transição para a presidência?
Foi algo natural. Posso dizer que sempre estive pronto e a oportunidade apareceu no momento oportuno. Sempre fui uma pessoa incorfomada com injustiças e desmandos. Na vida pessoal ou profissional tenho o pensamento de que você deve desejar e fazer aos demais o que gostaria para si. Assim foi feito e consegui chegar no posto máximo da entidade.
Prova disso, são os movimentos que realizamos em Bebedouro. Não dá, e eu enquanto presidente, não posso admitir que o Servidor fique de braços cruzados em meio injustiças. Só na minha gestão foram três greves realizadas e cada qual com um avanço arrancado. Aí eu pergunto: onde teriam ficado essas conquistas se não tivéssemos ido à luta?
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Sindicalista prioriza os ganhos difícieis,
porque segundo ele esse serão duradouros |
4) Como foram os movimentos paredistas?
Nossas greves não tiveram grandes durações. A que mais se estendeu foi durante quatro dias. Isso porque a pressão foi forte. Não demos moleza. A união fez a diferença e os companheiros foram pra rua sempre que necessário. Conseguimos reverter um quadro negativo em todas elas. É uma pena que muitas das vezes o prefeito só escute o Servidor assim, mas sempre que for preciso estamos prontos pra isso. Pra ir à luta!
5) Quais foram os maiores ganhos obtidos nos últimos anos?
O que posso destacar como maior ganho em minha gestão é o adicional de periculosidade para os GCMs e o adicional de insalubridade para os Servidores da Saúde. Essa conquista era um anseio antigo dos setores e levamos para a negociação. Era um tema tão urgente e mesmo assim deixado de lado pela prefeitura.
Graças ao empenho da diretoria transformamos o sonho em realidade. Posso falar que é um sonho, pois como GCM sei a responsabilidade que o setor carrega nas costas e precisa ser recompensado por isso. Os profissionais então nem se fala, por enfrentarem estresses diários em suas rotinas e risco de saúde.
6) Como GCM, quais foram os anseios que levou para dentro do Sindicato?
Logo que assumi, em 2008, chamei uma mesa de negociação com a prefeitura onde cobramos um aumento salarial para os Guardas. O comandante dos GCMs queria uma gratificação e o prefeito queria ir nesse caminho. Porém, fui contra e coloquei em debate que a gratificação poderia ser retirada a qualquer momento.
O Sindicato bateu na tecla de que era necessário um aumento. Lutamos tanto que conseguimos. E não foi pouco. Foi um aumento de 50% nos salários. E isso só foi possível porque houver mudança de referência do setor, e, portanto, o novo salário não poderia ser alterado ou sofrer perdas. |