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Entrevista São Paulo, 20 de maio de 2015
Lourival Basílio, de Bebedouro: “Tudo o que
se conquista com muita luta será duradouro”

Basílio tem 43 anos. É pai, companheiro, presidente de Sindicato e homem do bem. Tem o nosso respeito!

A entrevista da semana passada com a companheira Cláudia Adum repercutiu muito nas redes sociais. Por conta do sucesso, nossa equipe recebeu diversas sugestões para o entrevistado. Dia 19 de maio tivemos o prazer de conversar com o simpático Lourival Rosa Basílio, ou simplesmente Basílio como é conhecido, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bebedouro.

Basílio tem 43 anos e é casado com Adineia Cordeiro. É pai de dois filhos: Lorena e Caetano. Seu cargo na administração é Guarda Civil Municipal (desde 1994). Entrou no Sindicato em 2008 e está no mieo sindical desde 2004, quando foi um dos integrantes do Conselho Fiscal.

Acompanhe a entrevista na íntegra e compartilhe com os colegas!

1) Você sofreu perseguição no trabalho?
Infelizmente, o que eu passei é uma realidade frequente em todas as administrações. Em 2003, sofríamos demais com uma administração fraca e que não dava qualquer suporte aos Servidores, em especial os GCMs, que tinham muitos direitos defasados. Ao recolher assinaturas para a greve que estava sendo organizada sofri sanções e fui perseguido. Precisei do apoio do Sindicato.

2) E como superou?
Uma vez que tive esse apoio comecei a colaborar mais ativamente com o Sindicato e no ano seguinte fui convidado a participar do Conselho Fiscal. Foram quatro anos acompanhando as contas e fiscalizando de perto o que entrava e saia da entidade. Essa experiência foi fundamental para formar o dirigente sindical que sou hoje.

3) Como foi a transição para a presidência?
Foi algo natural. Posso dizer que sempre estive pronto e a oportunidade apareceu no momento oportuno. Sempre fui uma pessoa incorfomada com injustiças e desmandos. Na vida pessoal ou profissional tenho o pensamento de que você deve desejar e fazer aos demais o que gostaria para si. Assim foi feito e consegui chegar no posto máximo da entidade.
Prova disso, são os movimentos que realizamos em Bebedouro. Não dá, e eu enquanto presidente, não posso admitir que o Servidor fique de braços cruzados em meio injustiças. Só na minha gestão foram três greves realizadas e cada qual com um avanço arrancado. Aí eu pergunto: onde teriam ficado essas conquistas se não tivéssemos ido à luta?

Sindicalista prioriza os ganhos difícieis,
porque segundo ele esse serão duradouros

4) Como foram os movimentos paredistas?
Nossas greves não tiveram grandes durações. A que mais se estendeu foi durante quatro dias. Isso porque a pressão foi forte. Não demos moleza. A união fez a diferença e os companheiros foram pra rua sempre que necessário. Conseguimos reverter um quadro negativo em todas elas. É uma pena que muitas das vezes o prefeito só escute o Servidor assim, mas sempre que for preciso estamos prontos pra isso. Pra ir à luta!

5) Quais foram os maiores ganhos obtidos nos últimos anos?
O que posso destacar como maior ganho em minha gestão é o adicional de periculosidade para os GCMs e o adicional de insalubridade para os Servidores da Saúde. Essa conquista era um anseio antigo dos setores e levamos para a negociação. Era um tema tão urgente e mesmo assim deixado de lado pela prefeitura.

Graças ao empenho da diretoria transformamos o sonho em realidade. Posso falar que é um sonho, pois como GCM sei a responsabilidade que o setor carrega nas costas e precisa ser recompensado por isso. Os profissionais então nem se fala, por enfrentarem estresses diários em suas rotinas e risco de saúde.

6) Como GCM, quais foram os anseios que levou para dentro do Sindicato?
Logo que assumi, em 2008, chamei uma mesa de negociação com a prefeitura onde cobramos um aumento salarial para os Guardas. O comandante dos GCMs queria uma gratificação e o prefeito queria ir nesse caminho. Porém, fui contra e coloquei em debate que a gratificação poderia ser retirada a qualquer momento.

O Sindicato bateu na tecla de que era necessário um aumento. Lutamos tanto que conseguimos. E não foi pouco. Foi um aumento de 50% nos salários. E isso só foi possível porque houver mudança de referência do setor, e, portanto, o novo salário não poderia ser alterado ou sofrer perdas.





Basílio em vários momentos: curso de formação, eleições e recebimento de certificado. Um dirigente atuante!

7) Já fecharam o índice da Campanha Salarial deste ano?
Sim, e com ganho para todos os companheiros. Os salários tiveram reajuste de 6,45%. O auxílio-alimentação passou a ser de R$ 306,00. Ainda estamos discutindo os temas da pauta social e levaremos para negociação os itens específicos de cada setor. A luta é constante.

8) Estamos conversando contigo em um dos intervalos da eleição que ocorre em Mauá (saiba mais aqui). Como desenvolve seu trabalho na Fesspmesp?
Minha vida é essa loucura mesmo. Uma hora trabalho em eleição, outra participo de curso de capacitação, além de apoios os companheiros em greves e mobilizações. Tudo isso é prova de que ninguém fica parado dentro da Federação. Faço esse trabalho com gosto, pois quando precisei os companheiros estiveram comigo. Além disso, é uma grande oportunidade de ampliar o conhecimento.

9) Deixe uma mensagem aos companheiros da família Fesspmesp.
O pensamento que norteia minha luta dentro do movimento sindical é: “Tudo o que se conquista através de muita luta será duradouro. A luta é permanente e o resultado é compensador. Não dá pra abaixar a cabeça quando se pode ir a campo e batalhar pelo que se almeja”. Quero deixar essa reflexão para todos os meus amigos dentro dessa grande família.

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Basílio, à direita, durante o 2º Seminário Estadual do Setor Público. Companheiro valoriza novos conhecimentos

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