Os trabalhadores do serviço público de Votuporanga passaram por inúmeros desafios e verdadeiras brigas com seus empregadores, ao longo dos anos. A começar pelos muitos processos na justiça, que resultam das perseguições da prefeitura local.
Embora a entidade seja legalizada há um longo caminho a percorrer, para que a justiça reconheça o Sindicato e permita suas ações sem tantos bloqueios. Essa batalha, desde 1984, conta com a ação contínua do presidente Inácio de Oliveira Pereira, que não se intimida com pressão.
DESTAQUE - Em razão de ações combatentes em prol do funcionalismo, Inácio é destaque em nosso quadro Fesspmesp Entrevista. Aqui, neste espaço, todas terças você conhece a histórias de lutas e conquistas de um dirigente ligado à nossa Federação.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA. CURTA E COMPARTILHE!
1) Conte-nos como se aproximou da vida pública.
Tenho 28 anos de serviço público e não me imagino em outro segmento. A princípio fui fiscal da prefeitura e atuei em diversas áreas; cobri desde o trabalho braçal ao antigo serviço de "zona azul" e ao comércio. Nunca tive receio em agregar afazeres ou mudar de funções. Já atuei como subprefeito e vereador e tudo me proporcionou ainda mais conhecimento no setor público.
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Inácio de Oliveira Pereira é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Votuporanga. É GRANDE COMBATENTE |
2) E como chegou ao âmbito sindical?
No início dos anos oitenta fui transferido para Votuporanga. Trabalhava na Unidade de Cadastro do Incra e lá conheci muita gente. Por minha facilidade com comunicação e pelo meu jeito persuasivo fui convidado por um grupo a participar de uma chapa. Vencemos e não consegui mais parar. Embora aposentado, decidi permanecer atuando em favor dos meus companheiros servidores.
3) Quais desafios encontrou nessa jornada sindicalista?
Os desafios ainda são inúmeros. Durante todos esses anos, atuei como diretor, vice-presidente e agora presidente e posso garantir que a luta nunca termina. Atualmente, por exemplo, temos vários processos judiciais em andamento. Nós apresentamos projetos e negociamos melhorias para os Servidores à prefeitura, que obviamente se recusa a conceder o que pedimos. O segredo é não nos deixarmos abater e prosseguir lutando até na justiça, quando é preciso.
4) A discórdia com a prefeitura é resultado das Campanhas Salariais?
Antes fosse somente esse o nosso problema. Nós temos, por exemplo, um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que está congelado, graças a essas rixas. Já as Campanhas Salariais, sem dúvidas, são as mais prejudicadas com toda essa discórdia. Possuímos a Certidão Sindical, porém, a prefeitura renega nossos direitos e não reconhece o Sindicato. Apresentamos contas e estamos aguardando há tempos pelos trâmites judiciais.
5) Como isso interfere na ação de vocês junto aos trabalhadores?
Voltamos ao assunto das Campanhas Salariais. Todas elas foram prejudicadas, uma vez que nossa comunicação com os Servidores é sempre dificultada. Uma vez que não conseguimos realizar assembleias e que os Servidores são até coagidos a não se mobilizarem, nossas Campanhas Salariais e nossas reivindicações perdem a força. |