A Fesspmesp continua sua série de entrevistas para que os trabalhadores conheçam um pouco mais sobre os dirigentes que fazem parte da nossa família. O mês de março está dedicado às mulheres do setor. Já tivemos entrevistas com Claudete Oliveira, de Itirapina, Elisabete Spinelli, de Espírito Santo do Pinhal e, hoje, dia 18 de março, a entrevista será com Clícia Mara Silva Damaceno.
Clícia tem 47 anos e é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itaquaquecetuba (Sinseri). A companheira tem um filho, é Professora de Educação Infantil e há três anos está à frente do Sindicato. Clícia contou à nossa equipe sobre as principais barreiras enfrentadas em sua entidade.
Acompanhe a entrevista:
1) Como você iniciou sua carreira no serviço público?
Me formei no Magistério em 1990. No ano seguinte prestei concurso público em Itaquaquecetuba e fui aprovada, iniciando minhas atividades em 11 de maio de 1992. Em 2000 concluí a faculdade de Direito e, em 2006, a de Pedagogia. De lá até os dias de hoje convivi com muitos problemas: falta de material nas escolas, falta de mão de obra para manutenção dos prédios, entre outros problemas.
Sempre quis mobilizar todos os meus colegas para lutarmos por mais conquistas. Nos reuníamos para debater temas de importância para o setor. Foi daí que começou a surgir em mim o desejo de participar da militância sindical, mesmo que isso tenha sido realizado muitos anos depois.
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Já são mais de 20 anos no serviço público,
A luta tem muitos obstáculos, mas ela persiste |
2) E como entrou no Sindicato dos Servidores de Itaquaquecetuba (Sinseri)?
Em 2009 fui convidada a integrar a chapa do ex-presidente do Sinseri. Após ocupar o cargo por quase quatro anos, o Dalton saiu para exercer outras atividades e desse modo assumi a presidência. Muita coisa precisava ser mudada e mudamos. Muito tinha a ser feito e somente como presidente pude agir de maneira mais “livre”.
Precisamos fazer muito aqui em Itaquá. Foram quatro anos fechados (de 1996 a 2000). Anos preciosos perdidos, mas que conseguimos recuperar com trabalho e muita dedicação. Conseguimos fortalecer a marca do Sinseri e fazer com que o Servidor voltasse a confiar em nossa entidade.
3) Já sofreu algum tipo de perseguição política?
Totalmente declarada, não. Mas sempre surgem problemas envolvendo meu nome. Quando você não concorda com tudo que a administração quer impor, de forma arbitrária, eles tentam acabar com seu nome por meio de mentiras. Passei por isso também quando um grupeiro tentou “tomar” o Sindicato no ano passado. Fui caluniada, mas não me intimidei de forma alguma.
4) Compartilhe conosco um momento marcante:
Até agora o momento que mais me marcou foi a greve realizada em setembro de 2013. Reivindicávamos pelos pagamentos dos salários atrasados, melhores condições de trabalho, contratação de mais funcionários, melhores benefícios e salários dignos.
Foram mais de sete dias de greve, lutando contra um prefeito retrógrado, onde mais de 300 Servidores cruzaram os braços em frente ao paço municipal. O apoio da Federação foi fundamental na greve, disponibilizando dirigentes de várias regionais e o caminhão de som. Serei sempre grata por este apoio indispensável e que culminou em uma grande vitória.
5) Sua gestão é marcada por uma proximidade com o Servidor. Como tem feito isso?
Estou muito feliz com nossa comunicação. Ao assumir a presidência já sentia a necessidade dessa proximidade maior com o Servidor. Por isso, passamos desde o final do meu primeiro ano de exercício a contar com um setor exclusivo de comunicação. Passamos a ser mais conhecidos e a apresentar via web e através de impressos o nosso trabalho.
Nosso site está sempre atualizado, bem como nossas redes sociais e Youtube. Sem dúvida alguma estamos bem satisfeitos com os resultados, nossa comunicação está fazendo a diferença. Um exemplo que tiramos da Federação, que sempre mantém o site como um verdadeiro jornal diário para o dirigente sindical. Transportamos esse pensamento para um universo menor, mas tão exigente quanto em Itaquaquecetuba.
6) Você tem o apoio da sua família em seu trabalho?
Graças a Deus não tenho problemas com relação a ter de ficar horas fora de casa. Tenho a compreensão e o apoio da minha família. E isso é muito bom, porque conseguimos trabalhar em paz e ter um bom rendimento no ambiente de trabalho.
Nada é fácil. Sair de casa para lutar contra muitos desmandos todos os dias. Colocar a cara a tapa. Chegar em casa e ainda ser esposa, mãe e dona de casa. Mas tudo isso faço com muito amor. É uma realização para mim poder conciliar tudo isso e minha família tem entendido e me apoiado muito. Com certeza não tenho do que reclamar. Posso me cansar, mas me recupero e começo tudo de novo. A disposição é renovada diariamente. |