ENTREVISTA – José Lemos Leite, de Cotia: “O segredo é não ter medo, pois ninguém pode silenciar o povo!”
Um veterano no mundo sindical de São Paulo concedeu para a comunicação da nossa Federação uma entrevista exclusiva. O dirigente José Lemos Leite contou um pouco da sua incrível trajetória e compartilhou conhecimentos que valem muito, os quais ele adquiriu com muita leitura e estudo sobre a política do nossos País. Além disso, ele também contou a história da entidade de Cotia.
Esse guerreiro que trabalha na Prefeitura de Cotia desde os 22 anos é casado com Elizabeth Martins de Andrade e possui cinco filhos, Silvio, Paulo Leandro, Danieli, José Antônio e Camila. Ele se divide entre as suas maiores paixões: sua família e o Sintrasp Cotia (Sindicato dos Servidores de Cotia).
José Lemos Leite é diretor do Sintrasp Cotia
desde 1991. Ele possui grande conhecimento
e vasta experiência no movimento sindical 1) Como se tornou dirigente sindical de Cotia?
Em 1990 me filiei a Associação dos Servidores de Cotia, era uma entidade bem estruturada e que já traçava um caminho de luta em prol do funcionalismo. No mesmo ano me candidatei e assumi o cargo de presidente dentro da instituição. Permaneci na função até 1991, quando nos unimos ao Sintrasp de Osasco e nos transformamos em um Sindicato forte e preparado.
2) Qual a ação que mais te marcou no Sindicato?
Muitos movimentos foram marcantes na minha trajetória. Mas um que se destaca ocorreu em 1995, na gestão do prefeito Airton Ferreira. Na época, a Administração não mantinha uma comunicação viável com a categoria e os Servidores pediam o reajuste e pela implantação do vale-transporte e cesta-básica. O funcionalismo se mobilizou e saiu às ruas em protesto. Após alguns dias, a Prefeitura cedeu e conquistamos as reivindicações.
3) Como você conheceu a nossa Federação?
Como cidadão eu sempre busco estar atualizado, me informo o máximo possível em relação aos assuntos pertinentes do meu cotidiano, por isso conheço a Fesspmesp desde sua criação. Quando nasceu, a entidade era uma promessa inovadora, e hoje é a estrutura sindical que várias instituições de São Paulo necessitavam. Faço questão em divulgar abertamente para todos os novos dirigentes o ótimo trabalho e o emprenho constante da diretoria da Federação.
4) Quais profissões exerceu antes de ingressar no funcionalismo?
Na minha época, dificilmente os jovens ingressavam no ensino superior devido a diversos fatores, o que ocasionava uma alta procura de empregos em funções braçais. Eu estudei até o ensino médio, por isso não tive muitas opções de trabalho. Comecei a trabalhar em obras e exercia a função de pintor de casas. Logo depois, comecei a atuar como motorista particular e fiquei até os 22 anos.
5) Como é sua relação com os Servidores Públicos municipais de Cotia?
Tenho uma boa relação de diálogo e confiança. Trabalhei por muitos anos no Cemitério Municipal de Cotia, o qual é um pouco afastado do Sindicato, mas apesar disso, nunca de distanciei da categoria. Desde 1991 dedico minha carreira na luta pelos direitos dos Servidores. Em março de 2017 criamos um projeto importante, que possibilita realizar mais visitas nos locais de trabalho.
6) Ao assumir, qual foi sua percepção na prática do serviço público?
Assumi meu cargo na Prefeitura dia 23 de janeiro de 1974, com 22 anos. Eu era extremamente jovem e não tinha muita compreensão da hierarquia municipal. Como todos os funcionários, obedecia ordens sem grandes questionamentos. Mas com o tempo dirceni o certo do errado e vi que muitas coisas estavam fora do seu lugar. O Governo não seguia a lei como devia e negligenciava o Servidor.
7) Como avalia o trabalho do presidente Aires Ribeiro e da Federação?
O presidente Aires tem uma competência excepcional, principalmente quando o assunto é atender
os Sindicatos necessitados, pois ele não mede esforços em atuar e defender os direitos da minoria.
É um presidente que está à disposição e sempre orienta da melhor forma para as entidades se fortifiquem cada dia mais. Hoje estamos seguros com a Fesspmesp e seu apoio permanente.
8) Na sua opinião, o que um dirigente sindical precisa possuir?
O conhecimento é indispensável para um bom dirigente. O princípio do funcionalismo é a política, é ela que faz o mundo girar, entendê-la, saber argumentar com o Governo em todas as esferas, é a base de tudo. O diretor não pode esquecer que a palavra é um dom e saber usá-la é uma dádiva, muitos sindicalistas partem para a agressão verbal em horas difíceis e isso não pode acontecer.
9) Como o País pode se recuperar dessa situação de corrupção precária em que vivemos?
Para reconstruir o Brasil necessitamos de mais participação do povo em geral. A população tem que erguer a cabeça e colaborar ativamente com os trâmites políticos nacionais. Além disso, é essencial saber quem escolher e praticar a cidadania, pesquisar os candidatos, além de utilizar o voto de forma consciente. Infelizmente, o Brasil está lotado de pessoas com marcas no passado, mas continuam no Congresso Nacional para representar o povo livremente, isso precisa mudar imediatamente!
10) Deixe uma palavra para os Servidores do Estado de São Paulo.
Todos os trabalhadores precisam exercer os seus direitos e participr mais das ações que os atinge diretamente. O segredo é não ter medo, pois ninguém pode silenciar um povo unido. É vital para o Servidor se filiar em sua entidade para fortalecer a nossa luta. O mais importante nesse momento de insegurança que o Brasil atravessa é se unificar à batalha contra a corrupção e injustiças.