Prévia da inflação oficial fica em 0,30% em janeiro, a menor para o mês desde 1995, aponta IBGE
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,30% em janeiro, conforme divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, esta foi a taxa mais baixa para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Já o acumulado nos últimos doze meses ficou em 3,77%, abaixo dos 3,86% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e 0,02 pontos percentuais acima da inflação de 2018, que fechou o ano em 3,75%.
Contribuíram para conter a inflação os preços de produtos e serviços dos grupos de transporte e vestuário, que tiveram deflação na passagem de dezembro para janeiro – respectivamente de 0,47% e 0,16%. Ambas contiveram a alta de 0,87% nos preços de alimentos e bebidas, grupo que registrou o maior avanço e foi responsável pelo maior impacto no indicador mensal.
Veja as variações dos grupos pesquisados:
- Índice geral: 0,30%
- Alimentação e bebidas: 0,87%
- Habitação: 0,08%
- Artigos de residência: 0,58%
- Vestuário: -0,16%
- Transportes: -0,47%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,68%
- Despesas pessoais: 0,43%
- Educação: 0,31%
- Comunicação: 0,06%
Preços da alimentação em alta
Segundo o IBGE, o maior impacto na taxa do mês partiu do grupo alimentação e bebidas. A alta foi puxada pela alimentação no domicílio, que passou de 0,22% em dezembro para 1,07% em janeiro. O que mais pesou, segundo o instituto, foram os preços das frutas e das carnes, que tiveram variação, respectivamente, de 6,52% e 1,72% na comparação com o mês anterior.
Deflação nos trasportes
O grupo dos transportes teve a maior queda entre os nove grupos pesquisados. Ela foi puxada pela segunda variação negativa seguida nos preços da gasolina (-2,73%), que teve o maior impacto individual, de -0,12 p.p, no indicador de janeiro.
O IBGE destacou que, com exceção da região metropolitana de Salvador, que registrou alta de 2,38% na gasolina, todas as demais áreas pesquisadas registraram variação negativa, sendo a mais intensa em Fortaleza, de -5,99%, e a menos intensa em Goiânia, de -1,38%.
Também contribuíram para a deflação no grupo dos transportes as quedas de 1,17% no preço médio do etanol e de 3,43% do óleo diesel.
Outro impacto relevante foi a queda de 3,94% no preço médio das passagens aéreas – em dezembro, elas haviam registrado alta de 29,61%.
Índices regionais
Das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, apenas a de Curitiba registrou deflação em janeiro, puxada pelas quedas de 3,55% no preço da gasolina e de 1,9% na tarifa de energia elétrica. Já a região metropolitana de Salvador teve a maior alta, puxada justamente pelo aumento de 10,10% nos preços das frutas e de 4,60% no das carnes.
- Salvador: 0,80%
- Rio de Janeiro: 0,59%
- Belo Horizonte: 0,48%
- Belém: 0,39%
- Porto Alegre: 0,27%
- São Paulo: 0,21%
- Recife: 0,13%
- Goiânia: 0,08%
- Brasília: 0,07%
- Fortaleza: 0,04%
- Curitiba: -0,08%
Meta de inflação e taxa de juros
A previsão dos analistas para a inflação em 2019 caiu de 4,02% para 4,01%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
O percentual esperado pelo mercado continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,25% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 2,75% e 5,75%.
O mercado manteve em 7% ao ano a previsão para a taxa de juros, a Selic, no fim de 2019. Atualmente, o juro básico da economia está em 6,50% ao ano, na mínima histórica. Para o fim de 2020, a previsão continuou em 8% ao ano. Com isso, os analistas seguem prevendo alta dos juros no decorrer deste ano e, também, de 2020.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de dezembro de 2018 a 15 de janeiro de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Fonte: G1