Nossa seção de entrevistas neste mês é especial para as mulheres. Estamos entrevistando diversas lideranças femininas que fazem parte do nosso time de filiados. Em março, já entrevistamos Claudete Oliveira, de Itirapina, Elisabete Spinelli, de Espírito Santo do Pinhal, e Clícia Mara Damaceno, de Itaquá. E, desta vez, a entrevistada será Roseli Pereira.
Roseli tem 51 anos e é tesoureira do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mogi Guaçu (Sindiçu). Tem dois filhos e um netinho. Ela está no serviço público há mais de 20 anos e seu cargo na administração é Escriturária. A sindicalista em conversa com nossa equipe contou um pouco da sua vivência no funcionalismo e valorosas experiências.
Acompanhe a entrevista:
1) Conte-nos sobre seu ingresso no Serviço Público e na militância sindical.
Antes mesmo de entrar no serviço público, aos 15 anos já participava da militância partidária. Sempre quis mudar as coisas para melhor. Sempre procurei fazer a diferença e não ser conformada com desmandos, tanto da administração municipal quanto de qualquer ordem. Sempre trabalhei e sempre quis fazer bem aos outros. A transição para a militância sindical foi natural, pois identifiquei o anseio de apoiar os companheiros Servidores.
Em 1994, fui aprovada em concurso público e iniciei na área de Recursos Humanos (RH), como Escriturária. Depois, por quatro anos fui coordenadora do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). Em 2005, ingressei no Sindicato e, desde 2010, sou a primeira tesoureira. No ano passado nossa chapa foi reeleita para um novo mandato de cinco anos.
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São mais de 20 anos no serviço público. Mulher batalhadora com muitos dias de luta e de glória |
2) Quais as principais dificuldades encontradas pelo Servidor em Mogi Guaçu?
Posso destacar a falta de perspectiva que vemos da administração em avançar. Tanto para o funcionalismo quanto para a população, o governo municipal está estagnado. Não avança em melhorias alegando sempre dificuldades deixadas pela administração passada. Porém é preciso resolver e não apenas apontar culpados.
Temos lutado muito para trazer uma nova realidade para os companheiros. Temos recebido reclamações, denúncias e feito o máximo para mudar a situação, mas precisamos que o governo faça a parte dele. Não descansamos nessa luta pelo melhor para a categoria.
3) Como é a relação do Sindiçu com a prefeitura?
Uma relação de respeito mútuo. Nós não nos digladiamos, porém, nessa relação de normalidade, nos reunimos bastante. Infelizmente, nos últimos tempos, não avançamos nas reivindicações pelo fato da prefeitura não acatar os itens que encaminhamos para que seja feita uma contraproposta.
O melhor é que não temos uma “guerra declarada” com o prefeito, como ocorre de forma JUSTA em outras cidades, que não sucumbem a desmandos. Então somos recebidos para conversar. Mas queremos que o diálogo se transforme em ganho concreto para o Servidor. Para isso saímos à luta diariamente.
4) Entre mobilizações e greves, qual movimento foi para você o mais marcante?
Sem dúvida o mais marcante foi a greve de 2011. Para ter uma ideia, na assembleia geral para deflagração da greve tínhamos mais de 500 pessoas. Todas com o mesmo objetivo, acreditando e se unindo. Foi gratificante. Uma honra ter estado ali na linha de frente com toda diretoria do Sindicato. O Servidor de Mogi mostrou a sua força.
Muito mais coisas aconteceram. Mobilizações, assembleias, reuniões com a administração, enfim. São tantas coisas vividas. Momentos marcantes e que transformaram a vida do Servidor. Ser parte disso é uma motivação sem tamanho para continuar no movimento.
5) Como você avalia a sua atuação na Federação?
Tem sido muito positivo. Sempre que nós dirigentes somos chamados é com prazer que vamos apoiar greves, organizar eleições e auxiliar em passeatas. Isso é recíproco em todos os companheiros. Sempre que precisamos pudemos contar com a presença deles em nossa cidade.
Eu quero e sei que posso contribuir com mais. Nós mulheres temos ganhado cada vez mais espaço na Federação e sei que isso reflete no bom desempenho que a entidade tem tido em todo estado. O presidente Aires e toda diretoria contam com meu apoio para fortalecer cada vez mais nossa família.
6) Neste mês da mulher, compartilhe conosco qual exemplo feminino mais lhe inspira.
Sem dúvida, minha mãe é meu grande exemplo. Trabalhadora, guerreira e pronta para defender o que acreditava. Ela viveu em uma época difícil para as Mulheres. Sempre me ensinou e a toda família a ter respeito, amor, educação e acima de tudo a arriscar pelo que acredito. Por isso, neste mês tão especial, minha homenagem é para ela. Minha mãe, Minha inspiração!
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